Introdução
A perda óssea afeta muitos indivíduos
adultos e idosos, levando a predisposição de fraturas que resultam em perda
dolorosa da mobilidade e também trazem riscos ao indivíduo. Em pacientes idosos
acamados com fraturas de quadril, o risco de pneumonia e formação de coágulos
aumenta significativamente. Além disso, a osteoporose é associada com um
aumento no risco de outras condições associadas a idade, como aterosclerose,
câncer, demência e depressão.
Os fatores nutricionais desempenham um
papel importante na saúde esquelética e, dessa forma, a importância do uso de
vitamina D, cálcio ou proteínas é clara, uma vez, que eles suportam a produção
da matriz óssea e a mineralização. Evidências recentes também sugerem que
outros suplementos influenciam na homeostase óssea e podem ser importantes para
sua saúde à longo prazo. Além disso, devido suas propriedades antioxidantes e
anti-inflamatórias, esses componentes dietéticos podem ser considerados na
osteoporose.
Cálcio
A ingestão adequada de cálcio é
necessária para adequada mineralização, força e estrutura óssea.
Estudos demonstraram que a suplementação
com cálcio (na forma de citrato ou carbonato) promove uma diferença substancial
na taxa de fraturas ósseas e ocorrência de perda de minerais. Em mulheres
pós-menopausadas, a suplementação com 800 mg a 1000 mg de cálcio citrato
diariamente demonstrou efetivamente parar a perda óssea nas vértebras
inferiores e no antebraço, dois locais comuns de fraturas em idosos. Além
disso, também houve melhora da densidade óssea em outros pontos como quadril e
corpo no geral em comparação com o placebo. Outras pesquisas mostraram que
diversos marcadores de reabsorção óssea, ou de fratura, diminuíram em pacientes
suplementados com citrato de cálcio. Além disso, um estudo comparativo observou
que citrato e carbonato de cálcio são efetivos em aumentar as concentrações
séricas de cálcio e reduzir marcadores de perda óssea.
Vitamina
D
A vitamina D atua junto com o cálcio na
redução do risco de osteoporose e sua deficiência pode levar a osteomalacia,
que é caracterizada por fraqueza muscular, dor óssea persistente, envolvendo
costas, quadril e membros inferiores.
Na deficiência de vitamina D, o osteóide
mineralizado torna-se hidratado e, portanto, as fibras nervosas sensoriais não
são adequadamente apoiadas nas áreas de cobertura periosteal, o que resulta em
dor óssea.
De acordo com
Paschalis et al. (2017), a
suplementação com vitamina D (400 a 1200 UI) e cálcio (1 a 1,5 g) foi associada
com alterações minerais e proteína de matriz óssea orgânica. O estudo de Weaver
et al. (2016) demonstrou que a
suplementação de cálcio e vitamina D reduziu em 15% o risco de qualquer fratura
e em 30% das fraturas de quadril. Além disso, outro estudo demonstrou que 30%
dos indivíduos que utilizam medicamentos bifosfonatos não respondem bem ao
tratamento, o que poderia ser resultado de baixos níveis de vitamina D.
Vitamina
K
A vitamina K é conhecida,
principalmente, como um agente envolvido na coagulação sanguínea, porém estudos
epidemiológicos sugeriram que a deficiência de vitamina K está associada com
diversas doenças, como osteoporose.
Ambas as formas de vitamina K (filoquinona,
ou PK, e menaquinona, ou MK) atuam como coenzimas de y-glutamil carboxilase (GGCX), transformando
sub-carboxilados em proteínas dependentes de vitamina K, como Osteocalcina e
Proteína Gla de Matriz.
Ronn et al. (2016) investigou os
efeitos de 375 mcg/dia de vitamina K2 (MK-7) nos níveis de osteocalcina
não-carboxilada (ucOC) e na massa óssea em 142 mulheres pós-menopausadas. De
acordo com os resultados, a vitamina K2 promoveu redução de ucOC em 65,5% e
preservou a estrutura trabecular óssea da tíbia.
Magnésio
O magnésio é um
componente essencial da matriz mineral óssea, no qual metade de todo o magnésio
do corpo é armazenado nos ossos.
Estudos em animais demonstraram uma correlação positiva entre
a ingestão de magnésio e a densidade mineral óssea. Além disso, sua deficiência
mostrou reduzir o número de osteoblastos e aumentar o de osteoclastos.
Estudos em humanos
demonstraram redução significativa das taxas de remodelação óssea,
particularmente em marcadores de reabsorção óssea, em homens e mulheres que
receberam a suplementação diária de magnésio.
Zinco
O zinco é outro
nutriente-chave na saúde óssea, no qual pesquisas demonstraram que seus altos
níveis estão correlacionados com melhor densidade mineral óssea, enquanto
baixos níveis sanguíneos estão associados com osteoporose.
O zinco estimula a atividade dos osteoblastos na formação
óssea, enquanto suprime a reabsorção óssea por osteoclastos. Além disso, ele
também inibe os efeitos de destruição óssea de componentes inflamatórios pela
modulação da atividade do fator nuclear kappa B (NF-kB).
Em humanos, a
suplementação oral de zinco (12 mg) impediu reduções significativas da
densidade óssea no corpo inteiro e na mineralização óssea em mulheres
(Willingtion, 2017).
Manganês
O manganês é um elemento
traço com numerosas propriedades que promovem saúde óssea. De acordo com os resultados de um estudo, a suplementação com
cálcio, zinco, manganês e cobre em mulheres pós-menopausadas interrompeu a
perda óssea.
Referências:
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