Introdução
A
glutamina está envolvida numa porção de reações, sistemas, mecanismos
metabólicos e tem capacidade de ajudar na recuperação do glicogênio muscular,
evitar perda muscular, potencializa as funções do sistema imune, e também serve
como substrato para o fornecimento energético ao cérebro e outros mecanismos.
Protocolos
de uso com quantidades que variam de 0,1gr a 0,3gr de glutamina por kg de peso
corporal foram definidas como eficientes na promoção de níveis adequados de
glutamina, beneficiando assim vários mecanismos de homeostase humoral.
Metabolismo
da glutamina?
Em
nosso organismo a glutamina é quebrada por uma enzima chamada glutaminase e
gera ácido glutâmico + amônia. Esta reação pode acontecer de forma inversa
aonde ácido glutâmico + amônia são transformados em glutamina por outra enzima
chamada glutamina sintetase. Ao ser consumida através da dieta a glutamina leva
em torno de 30 minutos para promover um pico no plasma sanguíneo e levará em
torno de 2hr para retornar aos seus níveis normais. Aproximadamente 80% da
glutamina corporal encontra-se estocada no músculo esquelético, esta quantidade
é 30X maior do que aquele presente no plasma e isto se deve a uma grande
presença e também grande atividade de enzimas que a sintetizam, a glutamina
sintetase presente no tecido muscular.
Funções:
Os
achados clínicos foram os mais variados, descobriu-se que a glutamina não
possui apenas influencia na síntese de proteínas, ela pode atuar como:
- Precursora de nitrogênio para a síntese de nucleotídeos;
- Manutenção
do balanço ácido-base durante acidose;
- Transferência de nitrogênio entre órgãos;
- Detoxificação de amônia;
- Crescimento e diferenciação celular;
- Possível regulador direto da síntese e degradação proteica;
- Fornece energia para células de rápida proliferação, como enterócitos e células
do sistema imune;
- Veículo de transporte de cadeia carbônica entre os órgãos;
- Age como precursora da ureogênese e gliconeogênese hepática, e de mediadores,
como o ácido gama-aminobutírico (GABA) e glutamato;
- Fornece
energia aos fibroblastos, aumentando a síntese de colágeno;
- Promove melhora na permeabilidade e integridade intestinal;
- Aumenta a resistência à infecção por aumento da função fagocitária;
- Substrato para síntese de glutationa;
- Estimula a síntese de citrulina e arginina.
Protocolos
de utilização:
Diversas
alternativas de suplementação com glutamina aplicada antes, durante e após o
exercício têm sido estudadas, a intenção é reverter a diminuição da
concentração plasmática e tecidual deste aminoácido.
Durante
estudo que analisou a recuperação do músculo esquelético o pesquisador Bruce e
sua equipe usaram uma porção de125mg/kg de peso observando melhor recuperação
muscular nos indivíduos suplementados.
Já
os pesquisadores Castell e Newsholme ofereceram 100mg/kg de peso em pesquisa
que buscou observar o aumento da concentração plasmática. Esta quantidade
mostrou-se eficiente, porém os indivíduos estudados não possuíam grande
adaptação aos estímulos, ou seja, eram indivíduos sedentários o que leva a crer
que em indivíduos fisicamente ativos possivelmente seja maior a necessidade.
Já
um pesquisador chamado Rhode usou 4 doses de glutamina a 100mg/kg, porém em
indivíduos altamente treinados. Esta dose foi suficiente para manter os níveis
de glutamina adequados.
Outro
caso aonde a suplementação com glutamina foi eficiente foi visto em estudo com
dose de 5gr após um evento de maratona, neste caso não se levou em consideração
o peso dos participantes.
Um
estudo expôs o efeito da suplementação oral com 8 g de glutamina em 330 ml de
água sobre a concentração do glicogênio muscular e a glutaminemia após a
prática de exercício. Observou-se aumento de 46% da concentração plasmática de
glutamina durante o período de recuperação. No
geral os testes foram realizados com valores que variaram entre 100mg a 500mg
de glutamina por kg de peso havendo diferenças especificas na quantidade de
doses (O estudo que observou a maior quantidade de glutamina suplementada foi
com pacientes em tratamento de neoplasias).
Podemos
notar que um efeito mais significativo foi visto quando a glutamina foi
consumida próxima aos horários em que ocorreram as atividades fisicas, nesta
ordem de importância: depois / antes do treino, na última refeição do dia ou no
café da manhã.