Em primeiro lugar, a depressão é caracterizada
por baixos níveis de antioxidantes, que protegem contra o dano oxidativo,
incluindo lipoproteína de alta densidade (HDL), atividade de lecitina-colesterol
aciltransferase (LCAT), paraoxonase 1 (PON1) e vitamina E, associados a danos
oxidativos aos lipídios, proteínas e DNA.
Em segundo lugar, a depressão
maior é acompanhada por indícios de estresse nitrosativo, conforme indicado
pelo aumento da atividade do óxido nítrico sintetase induzível (NO), nitração e
nitrosilação de proteínas. Na depressão, tanto as vias neuro-oxidativas quanto
as neuro-nitrosativas podem causar neuroprogressão, a saber, as disfunções
neuronais causadas pelas vias oxidativas, levando ao aumento da neurotoxicidade
e citotoxicidade, juntamente com distúrbios na plasticidade sináptica e
diminuição da neuroproteção.
Em terceiro lugar, há também
evidências de que as vias neuro-imunes ativadas podem desempenhar um papel
fundamental na depressão e nas vias neuroprogressivas que acompanham a doença.
Por exemplo, a ativação de respostas imunes mediadas por células e inflamação
moderadas são encontradas na depressão maior, incluindo níveis aumentados de
citocinas neurotóxicas e citotóxicas, como a interleucina (IL) -1, IL-6 e
IL-17.
Os agentes antidepressivos
supostamente atuam sobre a modulação de vias serotoninérgicas, mas evidências
indicam que apenas aproximadamente um terço dos pacientes com depressão maior
alcançam remissão.
Um estudo randomizado controlado
(RCT) mostrou que a curcumina, administrada por via oral, foi significativamente
mais eficaz do que o placebo na melhora dos sintomas depressivos. Duas meta-análises
recentes que incluíram seis estudos mostraram que o tratamento da depressão com
curcumina (por via oral 500 a 1000 mg/dia) melhora significativamente os sintomas
depressivos e ansiedade. No entanto, mais investigações com períodos de
tratamento maiores que 8 semanas e com maiores doses de curcumina são necessários.
Objetivo do Estudo
Esse estudo duplo-cego,
randomizado e controlado avaliou os efeitos da curcumina como adjuvante no
tratamento do Transtorno Depressivo Maior (TDM). Assim, 65 pacientes com TDM
foram randomizados para receberem como adjuvante durante 12 semanas Curcumina
500 a 1500 mg/dia (Grupo 1) ou Placebo (Grupo 2).
Resultados:
ü A
curcumina foi mais eficaz que o placebo na melhora dos escores de Montgomery-AsbergDepression Rating Scale
(MADRS) com diferença significativa entre os grupos 1 e 2 emergindo nas semanas
12 e 16;
ü Os
efeitos da curcumina foram mais pronunciados em homens, comparado as mulheres;
ü Não
foram reportados efeitos adversos significativos após o tratamento
Conclusão:
O tratamento adjuvante com
curcumina promove efeitos antidepressivos em pacientes com TDM.
Referência:
Kanchanatawan B1, Tangwongchai S1, Sughondhabhirom A1, Suppapitiporn S1, Hemrunrojn S1, Carvalho AF2, Maes M3,4,5.Add-on TreatmentwithCurcuminHasAntidepressiveEffects in ThaiPatientswith Major Depression: Resultsof a Randomized Double-Blind Placebo-ControlledStudy.Neurotox Res. 2018 Apr;33(3):621-633. doi: 10.1007/s12640-017-9860-4. Epub 2018 Jan 11.