Uso de Vitamina D
em Pacientes com Migrânea
Reduz a Concentração de
Neuropeptídeos Associados com a Intensidade dos Episódios de Migrânea
Introdução
A migrânea é uma doença crônica, paroxística
e neurovascular comum que afeta aproximadamente 14% da população mundial. É
causada por uma hiperexcitabilidade
neuronal com alteração da percepção da dor e pode afetar significativamente a qualidade de vida,
o funcionamento social e a produtividade dos indivíduos.
Fisiopatologia
da Migrânea
A fisiopatologia da migrânea envolve uma
vasta gama de mecanismos que incluem: depressão cortical, ativação das vias
trigeminovasculares e disfunção vascular sistêmica. Existe também a ação de
diferentes neuropeptídeos, tais como:
peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP) e o peptídeo ativador
da adenilato ciclase pituitária (PACAP) apresentam propriedades vasoativas e
são liberados durante os ataques de migrânea. Esses neuropeptídeos ativam o
sistema trigeminovascular e subsequente pode induzir a liberação de mediadores
inflamatórios, vasodilatação e extravasamento plasmático. Todos esses fatores
contribuem para o início dos ataques de migrânea.
Tratamento com
Vitamina D3
A deficiência de vitamina D tem sido
associada a um grande número de desordens dolorosas, incluindo as dores de
cabeça. Em geral, a insuficiência dessa vitamina pode ocorrer devido aos
seguintes fatores: inadequada exposição solar ou ingestão não suficiente e
variações genéticas no metabolismo da vitamina D. A
suplementação de vitamina D3 pode reduzir o número de ataques de dor de cabeça,
diminuir a necessidade de consumo de analgésicos e atenuar a intensidade e a
duração das dores de cabeça. Também observa-se que essa vitamina pode suprimir
a neuroinflamação na migrânea, diminuindo os níveis de óxido nítrico sintase
indutível (iNOS) e provavelmente interleucina (IL-6).
Resultados
Através de um estudo conduzido por Ghorbani et
al. (2020) investigou o uso de vitamina D3 em pacientes com migrânea. Foi
obtido os seguintes resultados:
- A média de idade
no grupo tratado com vitamina D foi de 37 anos e no grupo 2 de 38 anos
- A suplementação
com vitamina D resultou em significativa melhora nos escores do MIDAS após 12
semanas de intervenção (21,49) comparado com o placebo (31,16) – p=0,016
- Os níveis do CGRP
apresentaram diminuição significativa no grupo tratado com a vitamina D (153,26
ng/l) quando comparado com os pacientes tratados com placebo (188,35 ng/l) –
p=0,022.
Conclusão
A suplementação de vitamina D em indivíduos
com migrânea, particularmente aqueles com aura, pode potencialmente melhor os
episódios de dores de cabeça e também de outras desabilidades. A suplementação
também pode atenuar os níveis do CGRP. A vitamina D com base nos resultados
pode ser usada potencialmente em pacientes com migrânea.
Referências
bibliográficas
GHORBANI, Z. et al. The effects of vitamin D supplementation on interictal serum levels of
calcitonin gene-related peptide (CGRP) in episodic migraine patients: post hoc
analysis of a randomized double-blind placebo-controlled trial. J Headache Pain. 2020 Feb 24;21(1):22.