Administração de L. rhamnosus na Gestação

O diabetes mellitus gestacional (DMG) está aumentando em prevalência e traz maior morbidade tanto para a mãe quanto para o filho.

Consequências do DMG para Mães

Maior risco de pré-eclâmpsia;

Parto prematuro;

Indução do trabalho de parto e cesariana.

Consequências do DMG para o Bebê

Risco de morte fetal;

Macrossomia;

Trauma do nascimento;

Doença da membrana hialina;

Hipoglicemia neonatal.

A resistência à insulina é comumente associada à dislipidemia, caracterizada por níveis elevados de triglicerídeos e colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL), e redução de lipoproteína de alta densidade (HDL).

Evidências dos Probióticos nas Alterações Metabólicas

• Evidêcias mostraram que a ingestão da mistura probiótica contendo oito cepas de bactérias ácido lácticas em mulheres com DMG em 16 semanas de gestação reduziu significativamente a magnitude da resistência à insulina em comparação com o grupo de placebo após 8 semanas de suplementação;

• Outros pesquisadores relataram melhora no controle glicêmico e diminuições significativas nos triglicerídeos e nas concentrações de colesterol VLDL em mulheres com DMG em 24-28 semanas de gestação após seis semanas de consumo de cápsula probiótica, contendo cepas de L. acidophilus, L. casei e B. bifidum.

Mecanismo de Ação dos Probióticos nas Alterações Metabólicas

Uma das maneiras pelas quais os probióticos podem exercer efeitos benéficos sobre o metabolismo da glicose, lipídios e resistência à insulina é alterando o metabolismo microbiano intestinal dos ácidos biliares (ABs).

Os ABs são moléculas endócrinas que regulam vários processos metabólicos, incluindo glicose, lipídios e homeostase energética, e estão associados a doenças relacionadas à gravidez no segundo e terceiro trimestres, incluindo colestase intra-hepática da gravidez (ICP), DMG e hiperlipidemia gestacional.

Resultados

Esse estudo teve como objetivo avaliar se suplementação com L. rhamnosus resulta em alterações no perfil lipídico, resistência à insulina ou ácidos biliares (ABs) durante a gravidez.

• As mulheres suplementadas com probiótico tiveram glicose de jejum mais baixa em comparação com o placebo (p = 0,040), e menor incidência de dibates mellitus gestacional (DMG);

• Foram observadas diferenças significativas na insulina de jejum, HOMA-IR, lipoproteína de baixa densidade (LDL-c), lipoproteína de alta densidade (HDL-c), triglicerídeos, colesterol total e ABs por status de DMG;

• Os ABs conjugados em jejum foram mais baixos em mulheres do grupo 1;

• Uma diminuição significativa do ácido glicocólico (GCA) foi encontrada em mulheres mais velhas (idade ≥ 35) do grupo 1 (p = 0,005), enquanto as mulheres com DMG mostraram redução significativa do ácido taurodeoxicólico (TDCA) (p = 0,018);

• Os ABs conjugado em jejum foram positivamente correlacionados com glicose em jejum (r = 0,136, p = 0,020) e insulina em jejum (r = 0,113, p = 0,036).

Conclusão

A suplementação probiótica diminui os ABs conjugados e pode desempenhar um papel na melhora do metabolismo da glicose em mulheres grávidas.

Referências bibliográficas

CHEN, Y.; LU, J.; WICKENS, K.; STANLEY, T. et al. Effect of Lactobacillus rhamnosus Probiotic in Early Pregnancy on Plasma Conjugated Bile Acids in a Randomised Controlled Trial. Nutrients, 13, n. 1, p. 209, 2021.