Astenozoospermia (AS) é uma causa comum de infertilidade
masculina humana caracterizada pela motilidade reduzida dos espermatozoides; ou
seja, menos de 40%. O mecanismo molecular por trás desse comprometimento não é
totalmente compreendido na maioria dos casos. Uma das principais causas é a
produção de ROS, que afeta diretamente a motilidade espermática pela produção
de alta concentração de malondialdeído (MDA) no sêmen, que é um produto final
da peroxidação lipídica. Outro subproduto da peroxidação lipídica, 4-hidroxi
nonenal (4HNE), demonstrou formar complexos com proteínas dos espermatozoides,
particularmente proteína quinase A dependente de AMPc, quando exposta in vitro
(JASMINE NAYAK., et al).
Astenozoospermia
e padrão alimentar
Estudo de caso-controle examinou a associação de padrões de
nutrientes com astenozoospermia. O padrão alimentar, que era rico em vitamina
E, vitamina D, vitamina C, zinco, folato, fibra total, selênio e ácidos graxos
poli-insaturados foram significativamente associados a menor risco de
astenozoospermia (G. Eslamian, et al).
Vitamina D
®
A vitamina D ganhou grande atenção nos
últimos anos, com um papel que vai além da homeostase do cálcio e da saúde
óssea.
®
Evidências aumentam em relação às funções
da vitamina D para a saúde por meio da modulação dos fatores imunológicos e
cardiovasculares.
®
Há relatos de efeitos reguladores da
vitamina D na proliferação e diferenciação de tecidos benignos e malignos.
®
Devido aos efeitos significativos desse
nutriente na espermatogênese e maturação das células espermáticas, pode-se
conjeturar que a vitamina D pode influenciar a qualidade do sêmen.
®
Embora a qualidade do sêmen seja
determinada principalmente por fatores demográficos, os elementos nutricionais
têm sido indicados como tendo papel crucial na modificação da qualidade do
esperma (ARAB A. et al).
ESTUDO
Ensaio clínico
randomizado, triplo-mascarado e controlado por placebo. Para isso, foram
alocados aleatoriamente 86 homens inférteis com astenozoospermia e 25 hidroxivitamina D3 (25-OH-D3)
sérica <30 ng/ml nos grupos A e B. Durante 3 meses
Resultados:
A
suplementação de vitamina D3, em relação ao início do estudo e ao grupo
placebo, observou-se:
ü Não apresentou
efeitos significativos no peso corporal, índice de massa corporal (IMC),
circunferência da cintura (CC), gordura corporal (BF),
8-hydroxy-2'-deoxyguanosine (8-OHdG), DFI, volume do sêmen, contagem de esperma
e morfologia normal do esperma.
ü Após
intervenção:
· Aumento:
25-OH-D3 sérico, PTH, fósforo, cálcio seminal e sérico, TAC seminal e sérico,
motilidade espermática total e motilidade espermática progressiva
· Diminuição:
MDA seminal e sérico.
Conclusão:
A suplementação de vitamina D3 pode modular
o estresse oxidativo e afetar a motilidade dos espermatozoides em homens com
astenozoospermia
e 25-OH-D3 sérico <30 ng/ml.
MAGHSOUMI-NOROUZABAD L, ZARE JAVID A, MANSOORI
A, DADFAR M, SERAJIAN A. Vitamin D3 Supplementation Effects on Spermatogram and
Oxidative Stress Biomarkers in Asthenozoospermia Infertile Men: a Randomized,
Triple-Blind, Placebo-Controlled Clinical Trial. Reprod Sci. 2021 Oct 18. doi: 10.1007/s43032-021-00769-y. Epub
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Epub 2019 Sep 24. PMID: 31561004.