A atividade física regular há muito é
reconhecida como um comportamento positivo para a saúde, pois oferece benefícios
ao longo da vida, como redução do risco de doenças cardiovasculares, câncer e
diabetes, mas também inúmeros benefícios psicológicos. No entanto, embora a
atividade física seja fortemente recomendada, também é bem estabelecido que o
exercício prolongado e intenso é responsável pela superprodução de espécies
reativas de oxigênio (EROs). Os EROs são moléculas altamente reativas, mas são
subprodutos naturais do metabolismo celular normal. Enquanto uma produção
rigidamente regulada de EROs é benéfica para as funções fisiológicas normais,
uma produção excessiva pode ter vários efeitos prejudiciais.
Quando ocorre um
desequilíbrio entre sua produção e eliminação, ocorre o estresse oxidativo e
com ele danos às células e tecidos, principalmente nos músculos e articulações.
Para garantir o seu equilíbrio oxidativo, o organismo atua constantemente
contra a formação de pró-oxidantes por meio de diferentes mecanismos de defesa
enzimáticos (superóxido dismutase ou SOD, catalase e glutationa peroxidase) ou
não enzimáticos (vitaminas E e C, β-caroteno,
ácido úrico e flavonoides).
Embora o treinamento físico regular seja normalmente benéfico para a fadiga e
recuperação, é provável que o estresse oxidativo resulte em má adaptação ao
esforço e redução da eficácia do treinamento. Portanto, a suplementação com
antioxidantes para atletas parece ser uma forma interessante de neutralizar o
estresse oxidativo e seus efeitos colaterais.
Cucumis melo
e Atividades Físicas
O Cucumis melo, um concentrado
de melão rico em superóxido dismutase (SOD), tem demonstrado efeito
antioxidante e anti-inflamatório por meio de um mecanismo de ação específico.
Em particular, os efeitos benéficos foram observados em marcadores de
integridade muscular, integridade da cartilagem e nos processos inflamatórios
de cavalos de corrida suplementados com concentrado de melão, bem como no
desempenho de corrida e massa muscular do extensor longo dos dedos em
camundongos idosos.
Além disso, o concentrado de melão
demonstrou permitir uma proteção cardíaca de ratos espontaneamente hipertensos,
bem como vários outros benefícios em diversos distúrbios associados ao estresse
oxidativo.
ESTUDO
Este estudo publicado no periódico
International Journal of Environmental Research and Public Health teve como
objetivo avaliar o potencial de um concentrado de melão amargo (Cucumis melo)
em evitar os efeitos deletérios associados com a pratica de exercícios físicos
moderados.
Resultados:
- Nos
resultados do estudo em animais, o concentrado de melão ajudou na prevenção dos
danos induzidos pelo exercício excêntrico;
- Permitiu
também uma diminuição da fibrose e reduziu os níveis do TNF-α em aproximadamente 28%;
- A
suplementação também induziu um rearranjo das fibras de miosina e um aumento
nos níveis plasmáticos de PGC-1α
(coativador-1 alfa do receptor ativado por proliferadores de peroxissoma);
- No
estudo clínico, o concentrado de melão foi capaz de diminuir o estresse
oxidativo e os níveis plasmáticos de proteína C reativa (PCR);
- Além
disso, o nível plasmático de magnésio foi mais alto no contexto de um
treinamento regular realizado por indivíduos saudáveis suplementados com o concentrado de melão;
- Portanto,
o concentrado de melão permitiu uma melhor adaptação
ao esforço ligado à ativação do
PGC-1α: um regulador do metabolismo energético.
Conclusão:
As
propriedades antioxidantes do concentrado de melão e sua capacidade de
mobilizar magnésio também sugerem que a suplementação poderia induzir uma
melhor resistência à fadiga e recuperação durante a atividade física regular.