O estado
nutricional do paciente com insuficiência renal crônica é afetado por diversas
condições como a anorexia, presença de toxinas urêmicas, distúrbios
gastrintestinais e alterações metabólicas. Além disso, nos pacientes submetidos
ao tratamento de hemodiálise, os estímulos catabólicos do procedimento
dialítico, a perda de nutrientes para o dialisato e a acidose metabólica são
fatores que também contribuem para o estado de desnutrição, podendo levar a
alterações na composição corporal. Além disso, nesses pacientes também ocorre
alterações nos níveis de muitos oligoelementos, dentre estes, destaca-se o
zinco.
Zinco
O zinco é um
oligoelemento de grande interesse para os pesquisadores, pois já existem
evidências de que sua deficiência causa algumas das anormalidades encontradas
nos pacientes renais crônicos, como atrofia testicular, depressão, deficiência
imunológica, retardo no crescimento, anormalidades no paladar e olfato.
Zinco em Pacientes Renais
Crônicos
A deficiência
de zinco na doença renal crônica tem sido pesquisada, nos últimos anos,
principalmente no que diz respeito a pacientes submetidos à hemodiálise. A
maioria dos trabalhos mostra que o estado nutricional, relativo ao zinco,
destes pacientes está alterado. Em pacientes submetidos a hemodiálise e
comparado a um grupo controle de indivíduos saudáveis verificou-se que os
pacientes sob hemodiálise apresentavam níveis de zinco bem inferiores quando
comparado com os pacientes saudáveis.
Importância da Suplementação
de Zinco
Alguns estudos também demonstraram que a baixa
concentração de zinco pode estar associada com redução da atividade
antioxidante, o que poderia contribuir para o aumento do dano oxidativo para as
células. Níveis séricos de zinco estão associados com o aumento da peroxidação lipídica.
O zinco nesses casos é importante pois estabiliza a enzima superóxido dismutase
dependente de zinco e cobre. Na deficiência de zinco, há maior risco da ação do
radical superóxido e do peróxido de hidrogênio nas células.
Resultados
Estudo conduzido por Hosseini et al.
(2021) teve como objetivo avaliar os efeitos da suplementação de zinco nos
níveis séricos de copeptina, proteína C-reativa de alta sensibilidade (hs-PCR),
no controle glicêmico, nos parâmetros antropométricos e na função renal de
pacientes diabéticos submetidos à hemodiálise e com deficiência de zinco. Os resultados obtidos foram:
Ø Comparado com o controle, os níveis séricos de copeptina (p<0,001), hs-PCR (p<0,001), nitrogênio/ureia
sanguínea (p<0,001), creatinina (p<0,001), zinco (p<0,001), FBG
(p<0,001), IMC (p<0,001) e peso corpóreo (p<0,001) foram melhorados
após a suplementação com sulfato de zinco;
Ø Já os níveis de QUICKI, HOMA-IR e os níveis de insulina não
apresentaram alteração significativa quando comparado com o placebo.
Conclusão
A
suplementação com sulfato de zinco apresenta efeitos favoráveis nos níveis
séricos de copeptina, proteína C-reativa, FBG e na função renal de pacientes
diabéticos submetidos a hemodiálise e com deficiência de zinco.
Referências bibliográficas
HOSSEINI, R. et al.
The Effects of Zinc Sulfate Supplementation on Serum
Copeptin, C-Reactive Protein and Metabolic Markers in Zinc-Deficient Diabetic
Patients on Hemodialysis: A Randomized, Double-Blind, Placebo-Controlled Trial. Biol Trace Elem Res. 2021 Mar 3. doi:
10.1007/s12011-021-02649-7. Online ahead of print.