Chá Verde no Gerenciamento do Fotoenvelhecimento
Auxilia na Proteção Cutânea
contra o Eritema UV-Induzido e Também Protege o DNA da Pele
Introdução
As propriedades antioxidantes
do chá verde se devem aos flavonoides presentes nele com sua prevenção à
ocorrência de doenças relacionadas com o estresse oxidativo (desequilíbrio
entre moléculas oxidantes e antioxidantes). Na maioria dos casos, esses danos oxidativos
às estruturas biológicas são associados à atuação de radicais. Nesse caso, os
flavonoides atuam na inativação dos radicais doando elétrons através dos átomos
de hidrogênio para o oxigênio, evitando assim a produção deles no organismo. Os
chás provenientes da planta Camellia sinensis são tradicionalmente
utilizados de forma medicinal por seu poder oxidante proveniente dos
bioprodutos presentes no mesmo.
Chá
Verde e Pele
Estudos têm mostrado que os
polifenóis apresentam propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e
anticarcinogênicas em estudos in vitro e in vivo. Os principais
polifenóis presentes no chá verde são: epicatequina, epigalocatequina,
epicatequina-3-galato e epigalocatequina-3-galato (EGCG). Desses polifenóis, a
EGCG é o principal componente e a molécula mais efetiva. A EGCG tem demonstrado
efeitos benéficos contra a radiação ultravioleta. Estudos in vitro e in vivo em
animais e estudos em humanos sugerem que os polifenóis do Green tea são
fotoprotetores e podem ser usados na prevenção de desordens cutâneas
UV-induzidas, incluindo fotoenvelhecimento e câncer de pele tipo melanoma e não
melanoma.
O consumo oral de polifenóis
do chá verde ou sua aplicação tópica inibem a carcinogênese cutânea UV-induzida
em modelos animais. O tratamento tópico ou oral com chá verde resultou na
prevenção da resposta inflamatória UVB-induzida, imunossupressão e estresse
oxidativo, os quais são biomarcadores de diversos estágios de doenças cutâneas.
Além disso, o tratamento com EGCG na pele humana resultou na inibição do
eritema UVB-induzido, do estresse oxidativo e da infiltração de leucócitos
inflamatórios. O extrato de chá verde preveniu a formação de dímeros de
pirimidina UV-induzidos na pele humana, os quais são considerados mediadores da
imunossupressão e indução de câncer cutâneo. Outras evidências. Outras
evidências sugerem que o polifenol EGCG do chá verde promove fotoproteção em
fibroblastos e queratinócitos humanos.
Resultados
O objetivo desta revisão
sistemática conduzida por Kapoor et al.
(2021) foi realizado para avaliar a eficácia das catequinas do chá verde no
gerenciamento da inflamação e do eritema cutâneo oriundos da exposição à
radiação ultravioleta.
Ø Seis
estudos randomizados e controlados avaliaram a administração oral de chá verde
por 6 a 12 semanas, envolvendo voluntários saudáveis, compreendendo um total
de 100 participantes foram incluídos na análise;
Ø Os
resultados revelaram que as catequinas do chá verde auxiliam na proteção contra
a inflamação relacionada com o eritema, mesmo após o aumento da dose
eritematosa mínima (DEM) da radiação ultravioleta;
Ø Os
resultados da meta-análise confirmam que a suplementação oral de catequinas de
chá verde é altamente eficaz na resposta ao eritema induzido por radiação
ultravioleta de baixa intensidade em comparação com o placebo, mostrando uma
diferença significativa (p=0,002) e no índice de eritema (p=0,40).
Conclusão
A evidência obtida nesse estudo indica que a suplementação
regular de catequina do chá verde está associada à proteção contra danos
induzidos pela radiação UV. Isso ocorre devido, principalmente, aos seus
componentes com ação anti-inflamatória e antioxidante.
Referências
bibliográfica
KAPOOR, MP. et al.
Green Tea Catechin Association with Ultraviolet Radiation-Induced Erythema: A
Systematic Review and Meta-Analysis. Molecules. 2021 Jun 17;26(12):3702. doi:
10.3390/molecules26123702.