Vitamina D em Pacientes com DHGNA Auxilia na Diminuição do Grau de Esteatose e de Fibrose Hepática

Introdução

A DHGNA (Doença Hepática Gordurosa Não-Alcoólica) pode ser considerada um problema de saúde pública em todo o mundo, está relacionada com o sobrepreso, resistência à insulina (RI), dislipidemia e é considerada como um preditor para a síndrome metabólica. É considerada uma doença multifatorial onde a principais condições que estão relacionadas são: obesidade, diabetes, dislipidemia e resistência á insulina. Além disso, já foi estabelecido também que biomarcadores pró-inflamatórios (leptina, TNF-alfa e IL-6) e os anti-inflamatórios (adiponectina) exercem papel essencial na patogênese da DHGNA.

A relação entre a vitamina D e essa patologia pode ser construída por conta de que a vitamina D exerce diversas funções que vão desde efeitos anti-inflamatórios, como homeostase óssea, regulação da imunidade participa de vários processos de proliferação e diferenciação celular. Os receptores da vitamina D são encontrados em uma grande variedade de tecidos, incluindo: células hepáticas não parenquimatosas, células beta-pancreáticas e nos hepatócitos. 

Esta vitamina também age na diminuição da transcrição de citocinas pró-inflamatórias que podem agravar a DHGNA, como a interleucina IL-1, IL-6 e o fator de necrose tumoral (TNF-α). Essa vitamina age na diminuição da transcrição gênica NFκB (fator de transcrição envolvido no controle da expressão de diversos genes ligados à resposta inflamatória.

Resultados

Através de um estudo conduzido por Vesna et al. (2020) que teve como objetivo avaliar os efeitos da vitamina D3 na esteatose hepática e nos marcadores da fibrose do fígado em pacientes adultos com a Doença Hepática Gordurosa Não-Alcoólica (DHGNA). Foi possível obter os seguintes resultados: 

• A esteatose e a fibrose hepática foram gradualmente reduzidas no grupo tratado com a vitamina D e aumentaram no grupo tratado com o placebo;

• A vitamina D também diminuiu após 12 meses os níveis de ácido úrico sérico (-17,9 µmol/L), gama glutamil transferase (-8,9 UI/L), insulina em jejum (-5,1 pmol/L) e do Homeostatic Model Assessment of Insulin resistence (HOMA-IR) (-1,6).

Conclusão

Foi possível concluir que a suplementação com vitamina D por 12 meses diminuiu os índices que medem o grau de esteatose e fibrose hepática em pacientes com DHGNA. 

Referências bibliográficas

VESNA, LZ. et al. Vitamin D for treatment of non-alcoholic fatty liver disease detected by transient elastography: a randomised double-blind placebo controlled trial. Diabetes Obes Metab. 2020 Jul 1. doi: 10.1111/dom.14129. Online ahead of print.