Introdução
A vaginite é considerada uma desordem ginecológica comum, sendo responsável por 10 milhões de consultas médicas a cada ano. Particularmente, a infecção fúngica da vulva e vagina é estimada como a segunda causa mais comum de inflamaçãoo, ficando atrás somente da vaginose bacteriana.
O agente patogênico mais comum é a Candida albicans, que é isolada em 85% a 90% de todos os casos.
Probióticos na CVV
- Estudos suportam o uso de Lactobacillus na redução da recorrência de infecção por Candida spp.(RUSSO; SUPERTI; KARADJA; DE SETA, 2019);
- A colonização vaginal com Lactobacillus produz substâncias antimicrobianas que agem para inibir o crescimento de microrganismos patogênicos (SUPERTI; DE SETA, 2020).
Lactoferrina na CVV
A lactoferrina é uma glicoproteína de ligação ao ferro presente naturalmente nas secreções dos mamíferos, incluindo leite e muco cervical. É armazenada nos grânulos secundários de neutrófilos, de onde é liberado nos locais inflamados.
- Evidências in vitro mostram que tanto a lactoferrina humana quanto bovina são eficazes na inibição do crescimento de C. albicans e C. glabrata, bem como a produção de citocinas pró-inflamatórias;
- Resultados recentes demonstraram que a lactoferrina foi eficaz na melhora da produção de biofilme de duas cepas de Lactobacillus e melhorou sua ação proteção contra bactérias patogênicas de adesão em células genitais.
Resultados
Através de um estudo prospectivo, duplo-cego, randomizado e clínico que possuiu como objetivo avaliar a eficácia de uma formulação oral contendo Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus rhamanosus e lactoferrina como terapia adjuvante ao clotrimazol tópico nos sintomas e recorrência da candidíase vulvovaginal. Os resultados obtidos foram:
- Após o tratamento com clotrimazol, houve melhora significativa dos sintomas em ambos os grupos;
- No entanto, apenas as mulheres do grupo 1 demonstraram melhora significativa no prurido e secreção aos 3 e 6 meses;
Durante a manutenção, a recorrência foi significativamente menor no grupo 1 vs. Placebo (33,3% vs. 91,7% após 3 meses e 29,2% vs. 100% após 6 meses).
Conclusão
Os resultados demonstraram que a mistura de Lactobacillus em combinação com a lactoferrina representa uma abordagem adjuvante segura e eficaz na redução dos sintomas e recorrência de CVV.
Referências Bibliográficas
SUPERTI, F.; DE SETA, F. Warding Off Recurrent Yeast and Bacterial Vaginal Infections: Lactoferrin and Lactobacilli. Microorganisms, 8, n. 1, p. 130, 2020.