Suplementação para Melhora da Esofagite Associada à Quimioterapia e Radioterapia

por Equipe Hi Nutrition / 28 Setembro 2021 / Estudo Científico
Introdução
Atualmente, diversos estudos têm avaliado o impacto do uso da glutamina durante o tratamento antineoplásico, pois seu uso ao longo do tempo pode estar relacionada ao agravamento da mucosite oral e esofagite do trato gastrointestinal.
 
A mucosite e esofagite são considerados efeitos colaterais significativos no tratamento das neoplasias, constituindo uma condição resultante da inflamação da mucosa oral ou do trato gastrointestinal pela ação de medicamentos quimioterápicos ou radiação ionizante. Esses efeitos colaterais podem aparecer no início da terapia e, geralmente, é caracterizada por uma área de vermelhidão generalizada que, em seguida, é substituída por regiões de ulceração recobertas por pseudomembrana.
 
Estudos apontam que aproximadamente de 85% a 100% dos pacientes submetidos a radio ou quimioterapia desenvolvem o quadro em graus variados, dependendo da dose de radiação recebida, do tipo de fármaco quimioterápico adotado e do regime de administração. Para sua prevenção e controle, alguns métodos têm sido utilizados; entre eles, a laserterapia, o uso de fármacos e da glutamina.
 
A glutamina é vista como um aminoácido neutro que age como um substrato voltado para a síntese de nucleotídeos na maioria das células como enterócitos, linfócitos e fibroblastos, e também é uma fonte de nitrogênio e/ou fonte alternativa para a síntese de energia.
 
Sua depleção ocorre ao longo do tempo estando relacionada ou não a caquexia, como perda de forma maciça de massa muscular e, consequentemente, da glutamina muscular, com redução de substrato para as células de rápida replicação, podendo, portanto, estar relacionada ao agravamento da mucosite oral e esofagite do trato gastrointestinal.
 
 
Glutamina
 
• É precursora na biossíntese de nucleotídeos e participam da síntese de enterócitos, fibroblastos, linfócitos e macrófagos;
• Níveis reduzidos de glutamina afetam negativamente a imunidade das mucosas. Pacientes com câncer reportam deficiência de glutamina;
• Quando exposto a condições estressantes, ocorre diminuição de aminoácidos essenciais como a glutamina;
• Também participa da síntese de glutationa e exibe propriedades antioxidantes.
 
Estudo Comprova
 
Chang et al. (2019) conduziu um estudo possuindo como objetivo avaliar os efeitos da suplmentação de glutamina na prevenção da esofagite induzida pela quimioradioterapia em pacientes com câncer de pulmão. Os resultados obtidos foram:
·      Os pacientes apresentavam média de idade de 60,3 anos e todos os paticipantes apresentaram boa tolerância ao tratamento;
·      A administração de glutamina foi associada com uma significativa redução na incidencia de esofagite grau 2 e 3 associada a quimioradioterapia no manejo do câncer de pulmão (p=0,004);
·      A glutamina atrasou significativamente o início da esofagite associada a quimioradioterapia em pelo menos 5,8 dias;
·      A suplementação com glutamina reduziu a perda de peso associada ao tratamento com quimioradioterapia (p=0,01).
 
Os parâmetros avaliados foram: a taxa de esofagite induzida pela quimioradioterapia, mucosite bucal e peso corpóreo.
 
Conclusão
Foi possível concluir que suplementação oral de glutamina para a prevenção da esofagite induzida pela quimioradioterapia em pacientes com câncer de pulmão.
 
Referências
CHANG SC. et al. Oral glutamine supplements reduce concurrent chemoradiotherapy-induced esophagitis in patients with advanced non-small cell lung cancer. Medicine (Baltimore). 2019 Feb;98(8):e14463. doi: 10.1097/MD.0000000000014463.
 
 

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