A doença de Parkinson
A doença de Parkinson (DP) é uma desordem crônica neurodegenerativa caracterizada pela morte dos neurônios dopaminérgicos e deficiência de dopamina na substância negra e estriado, resultando em disfunções motoras irreversíveis como tremores de repouso, bradicinesia e instabilidade postural.
As causas primárias e o mecanismo da patogênese da DP ainda são desconhecidos. Entretanto, nos últimos 10 anos, ela têm sido relacionada ao estresse oxidativo e inflamação crônica.
Possível alternativa natural para a Doença de Parkison
Levodopa
Levodopa é um fármaco precursor da dopamina, geralmente, administrado conjuntamente a um inibidor periférico da dopa-descarboxilase (DDCI) para aumentar sua disponibilidade para transporte até o cérebro e evitar os efeitos colaterais (Huang et al., 2017).
Mucuna pruriens
A Mucuna pruriens (MP) é uma planta leguminosa que cresce espontaneamente em regiões tropicais e subtropicais, cujas sementes contêm altas concentrações de levodopa. Dessa forma, ela poderia ser uma alternativa potencial a este fármaco (Cilia et al., 2017).
Estudos sugerem que a MP possui uma atividade DDCI-like intrínseca, ou até mesmo que aja por um mecanismo independente de levodopa (Cilia et al., 2017).
Menores efeitos adversos Mucuna Pruriens X Levodopa
Um estudo clínico comprovou que a Mucuna Pruriens possui uma eficácia comparável ao Levodopa e ainda com menos efeitos colaterais.
Este estudo duplo-cego conduzido por Cilia et al. (2017) teve como objetivo avaliar se a Mucuna pruriens pode ser utilizada como uma fonte de levodopa para indivíduos com doença de Parkinson.
Para isso, 18 pacientes com DP avançada receberam aleatoriamente cada um dos 6 tratamentos, um por dia, durante 6 dias consecutivos:
- Tratamento 1: Levodopa + Benserazida
- Tratamento 2: Mucuna pruriens (Dose Alta) 17,5 mg/kg
- Tratamento 3: Mucuna pruriens (Dose Baixa) 12,5 mg/kg
- Tratamento 4: Levodopa
- Tratamento 5: Mucuna pruriens + Benserazida 3,5 mg/kg
- Tratamento 6: Placebo
Para avaliar a resposta motora, foram utilizadas a Unified Parkinson’s Disease Rating Scale (UPDRS) part III e Abnormal Involuntary Movements Scale (AIMS);
Os resultados de eficácia foram avaliados pela mudança da resposta motora aos 90 e 180 minutos e também a duração do estado;
As medidas de segurança incluíram os efeitos adversos, mudanças na pressão sanguínea, batimentos cardíacos e a severidade das discinesias.
Resultados
Quando comparado ao tratamento 1, o tratamento 3 mostrou similaridade nas respostas motoras, demonstrando menos discinesias e efeitos adversos;
Já com o tratamento 2, os pacientes obtiveram uma resposta motora melhor aos 90 e 180 minutos, com maior duração e poucas discinesias. Além disso, foi possível observar menos efeitos adversos do que nos tratamentos 1 e 4.
Conclusão
A dose única de Mucuna pruriens mostrou eficácia e segurança semelhantes à levodopa/benserazida dispersível. Os efeitos clínicos da dose alta de MP foram parecidos com os da monoterapia com levodopa na mesma dosagem, porém com perfil melhor tolerado.