A prostatite crônica/síndrome da dor pélvica (CP/CPPS) é uma das doenças mais comuns em homens com mais de 50 anos e condições psicológicas e outros fatores desencadeantes como infecção e inflamação podem ampliar os mecanismos da doença. A CP/CPSS pode impactar negativamente a qualidade de vida (QoL) nos aspectos psicológicos dos pacientes.
Além disso, muitos métodos de tratamentos, como o uso de antibióticos, alfa-bloqueadores e anti-inflamatórios têm disso amplamente utilizados, porém demonstraram baixa eficácia, particularmente no tratamento da dor.
Uso de Fitoterápicos no Tratamento da Prostatite
A terapia fitoterápica atua principalmente baseada na redução da dor e melhora da QoL, com um leve efeito anti-inflamatório.
Calendula officinalis tem demonstrado efeitos:
• Anti-inflamatórios;
• Antiedematosos;
• Antioxidante;
• Imunoestimulante;
• Cicatrizante;
• Hepatoprotetor;
• Antibacteriano;
• Antifúngico;
• Antiviral;
Curcuma longa é capaz de modular múltiplas moléculas de sinalização celular, tais como:
• Citocinas pró-inflamatórias (Fator de Necrose Tumoral (TNF)-α;
• Interleucina (IL)-1β;
• IL-6;
• Proteínas apoptóticas;
• NF-κB, ciclooxigenase (COX)-2;
• STAT3;
• IKKβ;
• endotelina-1;
• Malondialdeído (MDA);
Estudo Clinico 1: Supositório de Calêndula e Curcumina é Eficaz na Prostatite Crônica
Morgiaet al. (2017) avaliarama eficácia e segurança do tratamento com Curcumina e Calêndula em pacientes com prostatite crônica e síndrome da dor pélvica crônica tipo III (CP/CPPS III).
Para isso 60 pacientes afetados com CP/CPPS III (idade entre 20 e 50 anos) foram alocados para receberem durante 1 mês: Grupo 1 Supositório (Extrato de Curcumina 350 mg + Extrato de Calêndula 80 mg) 1 ao dia e Grupo 2 placebo.
Os parâmetros avaliados foram a redução em NationalInstitutesof Health ChronicProstatitisSymptom Index (NIH-CPSI) e alterações no pico de fluxo, noInternational index ofErect of FunctionQuestionnaire(IIEF-5), naVisual Analogue Score (VAS) e na ferramenta de diagnóstico de ejaculação precoce (PEDT).
Resultados
Após 3 meses do período de tratamento, foi possível observar alterações significativas no grupo 1 relativas à NIH-CPSI (diferença média: -5,5), IIEF-5 (diferença média: +3,5), PEDT (diferença média: +5,5), pico de fluxo (diferença média: +2,8) e VAS (diferença média: -4,5);
Os tratamentos foram bem tolerados, porém foi observada uma taxa de eventos adversos de 5% no grupo 1, incluindo diarreia e prurido retal.
Conclusão
O tratamento com Calêndula e Curcumina demonstrou ser eficaz na dor e sintomas urinários em pacientes com prostatite crônica e síndrome da dor pélvica tipo III.